Um boneco dos Vingadores protagonizou a maior “treta” entre duas adultas.
Você ouviu falar sobre a “treta do boneco”? Quem me falou sobre ela foi o Rafael aqui do Sem Choro. Essa “treta” trata-se de uma discussão entre duas adultas, que envolve um boneco dos Vingadores e as vontades de uma criança de 7 anos.
Tudo aconteceu após a conversa entre as adultas caírem nas redes sociais. A mãe questionou a dona do boneco por não deixar o seu filho brincar com ele. A dona explicou que era uma peça colecionável e não um brinquedo. A mãe justificou que a criança foi embora chorando e que poderia até ficar doente. Já a dona do boneco colecionável disse que a mãe era folgada e a criança mimada, disse ainda que o boneco estava em seu quarto, que não é área social da casa.
Essa discussão rendeu na internet e houve muitos comentários acerca do tema. Algumas pessoas a favor da dona do boneco, que acharam a criança mimada e outras a favor da mãe, que acharam a proteção da dona do boneco exagerada já que “toda criança é assim e mexe em tudo o que vê”.
Algumas pessoas até aconselharam a esconder as coisas quando receberem visitas de crianças em casa, já outros não concordaram com essa opinião e disseram que se estão em casa não há motivo para esconder objetos, mas sim as visitas devem respeitar o espaço em que estão.
E então, quem está certo nessa história?
Bom, diante do fato ocorrido resolvi trazer esse tema para conversarmos sobre isso. A discussão aborda algumas temáticas, de um lado uma mãe enfurecida com alguém que provocou o choro do seu filho, de outro uma colecionadora que por zelo à suas peças não cedeu aos desejos da mãe e do filho, uma criança que não sabe lidar com frustrações. E então, quem está certo nessa história?
Primeiro quero dizer que não acredito em certo e errado, mas percepções diferentes sobre uma situação. Acompanhando a discussão e os comentários na internet, onde muitos deram suas opiniões e tomando partido de um ou outro lado da história, percebi que o caso tomou grandes proporções e que talvez, se as partes envolvidas tivessem tido calma para entender a questão, essa história não teria gerado tanto ibope.
Lidando com a frustração da criança
Alguns pontos me chamaram a atenção nessa discussão, um deles foi a mãe ter achado um absurdo alguém ter “brinquedos” em casa e não deixar uma criança brincar, outro em que a mãe diz que o filho poderia ter ficado doente porque chorou e estava chateado, já que sua vontade não foi atendida. O que é perfeitamente normal, com adultos isso também acontece (talvez não o choro, mas ficamos tristes ou desapontados quando nos frustramos), e o fato de mesmo a dona do boneco ter dito que não permitiria que a criança brincasse com ele a mãe insistiu em dizer que quando fosse a casa dela novamente iria deixar o filho brincar com o boneco sim.
Percebam quais valores essa mãe está ensinando a essa criança; entendo, e já presenciei pais enfurecidos quando as vontades dos filhos são negadas. O que eles não percebem é que isso faz parte da vida e que seus filhos vão passar por muitas situações de frustração ainda, e isso é importante para o seu desenvolvimento emocional e crescimento.
Outro ponto é a importância de respeitar os limites e espaço do outro, mesmo se fosse um brinquedo, o dono tem o direito de não querer emprestar, situações como essa acontecem o tempo todo entre as crianças, principalmente em escolas.
E o choro é uma maneira da criança expressar seu descontentamento. Isso é muito importante, através do choro ele está expondo que não gostou de algo, que está triste, não há mal algum em chorar, principalmente crianças menores que não conseguem dizer o que estão sentindo. Nessas situações é importante que os pais conversem com a criança, entendam o motivo do choro e expliquem que as frustrações fazem parte da vida e que precisamos aprender a lidar com elas.
Qual a sua opinião?
Para continuar essa conversa gostaria que vocês me dissessem nos comentários o que acharam dessa discussão e qual é a sua opinião sobre isso. A mãe está certa ou exagerou? A dona do boneco foi exagerada ou apenas disse o que pensava? A criança foi mimada ou estava expressando o que sentiu no momento?
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Amanda Ferraz, psicóloga infantil, graduada pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – MG, especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Iseib de Belo Horizonte, Tutora EaD, Membro do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade e Psicóloga da Rede Psicoterapias. Em BH atua na clínica com atendimento para crianças, adolescentes, além de orientar e ministra palestras e cursos para pais.
Contato: amandafoliveira1@gmail.com • +55 (31) 97553-1837
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