O cenário causado pela pandemia – isolamento social, crianças sem ir à escola, trabalho home Office – tem causado muita ansiedade nos papais, em geral, e agora se reinventar e olhar para si mesmo e suas relações nunca foi tão importante.
Olá, Papai e Mamãe! Tudo bem?
Como vocês estão nesse período de quarentena?
Esse mês*, tradicionalmente, a minha conversa é com as mamães. Primeiro quero parabenizá-las pelo seu dia (esse ano comemorado dia 10 de maio), desejar muito amor e resiliência a vocês. Sinta-se abraçada por mim.
O cenário causado pela pandemia – isolamento social, crianças sem ir à escola, trabalho home Office – tem causado muita ansiedade nos papais, em geral, e agora se reinventar e olhar para si mesmo e suas relações nunca foi tão importante.
Imagino que esse foi um dia das mães diferente para muitas mamães e seus filhos. Para mim mesma este foi o primeiro ano que não passei o dia das mães com a minha mãe. Muitas mamães que também são filhas não puderam estar presente fisicamente com suas mães; filhos pequenos que precisam manter um afastamento durante um tempo, para aquelas mamães que estão trabalhando na linha de frente contra a COVID-19.
Toda essa situação causa angústia, tristeza, ansiedade… É preciso lembrarmos que essas medidas são tomadas para a proteção e bem maior de todos, e em algumas situações, precisamos fazer o que é necessário e nem sempre o que queremos.
E em meio a isso tudo voltamos a um assunto recorrente quando falamos em maternidade: “culpa”. Tenho visto muitas mães se culpando por não ter tempo suficiente para os filhos; não conseguir ser produtiva no trabalho, cuidar da casa, dos filhos, do marido, dos pais, da família… e por aí vai.
Cuidar. Essa é uma palavra e um conceito que está muito vinculado a maternidade, ao feminino, e, geralmente, quando essa prática não é alcançada com sucesso, aí vem a culpa.
Se eu puder lhe dizer uma única coisa seria: se respeite, respeite seu tempo de processamento para toda essa situação. Pare, observe o que você tem agora e quais ferramentas você precisará lançar mão para passar por esse momento. É um processo muitas vezes difícil, que exige adaptação e gestão.
Eu não sei se você é casada, solteira, se está no puerpério ou se os seus pequenos já estão crescidinhos. Fato é que apesar de essa situação ter trazido certo desnorteamento, também pode ser uma oportunidade de se conectar de forma intensa com seus filhos. É cansativo? É! Mas também pode ser uma experiência maravilhosa.
Então o convite que eu te faço é: se acalme. Preste atenção nos seus filhos, no funcionamento da sua casa, do seu casamento. Talvez você se reencontre com a sua maternidade, com você mesma, com algo que se perdeu no meio de tanta rotina e “correria”. E quando tudo isso passar, não se esqueça desses dias, não se esqueça que seus filhos precisam de você, da sua presença, física e emocional.
Aproveite para cuidar de você também, só assim você poderá cuidar de quem você ama.
Um beijo e uma feliz descoberta a você!
*Aqui cabe uma mea culpa! Com a Quarentena e o isolamento com crianças, as pautas por aqui estão ficando acumuladas e era para esse texto ter sido postado em meados de maio. ?
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Amanda Ferraz, psicóloga infantil, graduada pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – MG, especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Iseib de Belo Horizonte, Tutora EaD, Membro do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade e Psicóloga da Rede Psicoterapias. Em BH atua na clínica com atendimento para crianças, adolescentes, além de orientar e ministra palestras e cursos para pais.
Contato: amandafoliveira1@gmail.com • +55 (31) 97553-1837
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