Durante esse mês acontece a campanha “Setembro Dourado”, uma ação que visa despertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer na infância e adolescência.
Nessa matéria a Dra. Karine Corrêa , Oncologista Pediátrica, falará sobre a iniciativa do projeto “Setembro Dourado” e os tumores mais frequentes nas crianças e jovens.
Durante esse mês acontece a campanha “Setembro Dourado”, uma ação que visa despertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer na infância e adolescência. Essa iniciativa surgiu da CONIACC (Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer), que tem o propósito de estimular e apoiar, mediante uma rede de ações em todos os níveis da sociedade, um olhar mais sensível voltado tanto às crianças e aos adolescentes com câncer quanto às suas famílias.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que o câncer já representa a primeira causa de morte (7% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos em todo o Brasil. Estima-se que ocorrerão cerca de 12,6 mil novos casos no país em 2016 e em 2017.
O câncer infanto-juvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Podemos citar também o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, mais frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e outros sarcomas (tumores de partes moles).
Diagnóstico do Câncer
A doença é de difícil diagnóstico, porque seus sinais e sintomas podem ser confundidos com outros que acompanham doenças comuns da infância. Palidez, anemia, perda de peso, petéquias e hematomas, febre de origem indeterminada, sudorese noturna, cefaléia, vômitos e distúrbios de marcha, linfadenomegalias (ínguas) persistentes, massa abdominal e mancha brilhante no olho (tipo “olho de gato”) são alguns exemplos de sinais e sintomas de alerta.
Na criança, os fatores genéticos são as principais causas do surgimento das neoplasias. A exposição a agentes carcinogênicos ambientais atuam em um plano secundário, diferente dos tumores em adultos. Portadores de doenças genéticas como a Síndrome de Down e Neurofibromatose, dentre outras, apresentam maior chance de desenvolver câncer.
Em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, obtendo uma boa qualidade de vida.
Karine Corrêa Fonseca é especialista em Oncohematologia Pediátrica pelo Hospital das Clinicas na USP- Ribeirão Preto/SP, médica oncologista pediátrica da Oncoclinicas em Belo Horizonte e responsável pelo Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital das Clínicas na UFMG.
Contatos: karine.fonseca@yahoo.com.br
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