A volta às aulas está chegando. E o retorno à escola já tira o sono de quem costuma ser alvo de bullying. Segundo relatório da Unicef, 150 milhões de adolescentes sofrem bullying nas escolas e cerca de 720 milhões de crianças em idade escolar vivem em países onde não estão totalmente protegidas por lei do castigo corporal.
“O comportamento de domínio é muito frequente em animais que vivem em grupos: tipicamente, o macho-alfa exerce um poder sobre os demais machos, determinando uma hierarquia/ordem social no grupo. Entre os seres humanos, esse comportamento foi sendo inibido à medida que foi se constituindo a civilização humana. Em certo sentido, os humanos estabelecem um ‘acordo’ em que a hierarquia e as regras são respeitadas, seja pelas leis impostas pela sociedade, seja por um acordo implícito entre as partes”, explica Elaine.
Um aspecto particular do bullying, que tem se tornado muito preocupante e atinge mais especialmente os adolescentes, é o cyberbullying. Trata-se do bullying exercido através do uso da internet, de redes sociais ou de sistemas de comunicação de grupo, como o WhatsApp. “Em situações extremas, nas quais uma pessoa tem uma situação íntima exposta publicamente a milhares de pessoas, as vítimas têm, infelizmente, chegado a cometer suicídio. As meninas costumam ser as principais vítimas”.
As abordagens para manejo tanto do agressor quanto da vítima são, principalmente, de base psicoterápica. “Para o ‘buller’, o trabalho envolve amenizar seu comportamento agressivo. Já para a vítima do bullying, a terapia ajuda a superar a dificuldade de se expressar e se defender. Em ambos os casos, a orientação ou terapia dos pais é indicada, uma vez que estes podem se sentir perdidos e não conseguirem lidar adequadamente com o problema”, finaliza Elaine Di Sarno.